ABIMDE
A Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) participou, de forma online, do VI Congresso Iberoamericano de Doenças Raras, realizado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), entre os dias 24 e 26 de novembro. O evento, organizado pela CLDF e pela Frente Parlamentar de Doenças Raras do DF, presidida pelo deputado Eduardo Pedrosa (União), e realizado pela Associação Maria Vitoria de Doenças Raras (AMAVI Raras) e pela Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras (FEBRARARAS), teve como tema: “O Paciente na Ponta da Língua”. O Presidente-Executivo da entidade, Tenente-Brigadeiro do Ar R1 José Augusto Crepaldi Affonso, integrou o painel dedicado às relações entre defesa, indústria nacional e marcos legais que influenciam o acesso a tecnologias de saúde.
Em sua exposição, o Tenente-Brigadeiro Crepaldi contextualizou como a Estratégia Nacional de Defesa de 2008 ampliou o entendimento sobre o tema ao inseri-lo no debate público. Segundo afirmou, essa mudança reposicionou o conceito de defesa como assunto de interesse nacional, alcançando discussões que ultrapassam o ambiente militar. “A partir de 2008, defesa passou a ser tratada como tema de toda a sociedade. Isso permitiu incorporar áreas como saúde ao entendimento de segurança nacional”, observou.
Ao abordar a pandemia de Covid-19, o Presidente-Executivo apresentou exemplos concretos da vulnerabilidade do país diante da falta de autonomia produtiva. “Fomos reféns de uma falta aguda de equipamentos e produtos de saúde. Itens sem complexidade tecnológica simplesmente desapareceram do mercado, e a dependência externa ficou evidente”, afirmou. Ele destacou que problemas dessa natureza expõem fragilidades que afetam diretamente a população e reforçam a necessidade de políticas consistentes de desenvolvimento industrial.
O oficial general também mencionou medidas adotadas por outros países para proteger suas cadeias produtivas durante a crise sanitária. “O Presidente dos Estados Unidos, à época, acionou instrumentos legais para direcionar empresas na produção de respiradores e evitar interrupções no fornecimento de insumos para vacinas”, comentou, ao ilustrar como decisões governamentais podem garantir continuidade no atendimento à sociedade em momentos críticos.
Ele enfatizou ainda que a legislação brasileira já reconhece empresas da área de saúde dentro do conceito de produtos e organizações vinculadas à defesa. “Temos hoje empresas da saúde classificadas por lei, justamente porque a produção de tecnologias médicas é indispensável para a capacidade de resposta do país”. Segundo ele, essa aproximação entre os setores favorece a consolidação de políticas públicas voltadas à inovação, desenvolvimento tecnológico e fortalecimento produtivo.
Por fim, o Presidente-Executivo da ABIMDE relacionou esses fatores aos avanços necessários no enfrentamento das doenças raras, observando que o acesso a equipamentos, medicamentos e soluções diagnósticas depende de ambientes industriais sustentáveis. “Saúde, em todos os níveis, exige pesquisa e desenvolvimento. No setor de defesa acontece o mesmo: sem incentivos e sem políticas adequadas, não há evolução”, concluiu.
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