ABIMDE
No dia 4 de dezembro de 2024, às 10 horas, foi realizado o painel “BIDS: Desafios e Oportunidades para o Brasil”, no qual seis mulheres, representantes de diferentes áreas da sociedade e do poder público, discutiram as perspectivas para a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) brasileira. O evento teve como moderadora Heloisa Regina Guimarães de Menezes, Professora Convidada da Fundação Dom Cabral, que conduziu as discussões com uma visão crítica e aprofundada dos desafios enfrentados pelo setor.
Perpétua Almeida, Diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, foi uma das principais vozes do painel. Ela abordou o trabalho desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) no fortalecimento da BIDS, destacando a importância da base de defesa como prioridade dentro da Nova Indústria Brasil (item 6 da NIB). Perpétua enfatizou as iniciativas da ABDI voltadas ao desenvolvimento de projetos estratégicos para captar fomento e impulsionar a industrialização sustentável no Brasil.
A advogada Talita Zanelato, membro-líder do Comitê de Segurança Pública da ABIMDE, também trouxe como desafio vivenciado pelo setor a ausência de isonomia entre empresas nacionais e estrangeiras nas compras públicas governamentais, devido à falta de uma regra clara de equiparação de preços entre propostas nacionais e estrangeiras. Ela apontou como oportunidade a implementação do TLE (Termo de Licitação Especial), que funcionaria como uma proteção às Empresas Estratégicas de Defesa para estimular o desenvolvimento da indústria nacional.
A Dra. Heloisa Campos de Brito, Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia e Presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil (CONCPC), trouxe sua vasta experiência em segurança pública para a discussão. Ela destacou a necessidade urgente de tecnologias e sistemas de informações voltados para a segurança pública, para otimizar o trabalho das forças policiais nas investigações e de combate ao crime organizado, ressaltando a grande demanda existente e pouco efetivo de policiais. A Dra. Heloisa sugeriu um programa de cooperação para desenvolvimento de inovação tecnológica focado na segurança pública entre indústria, academia e poder público.
Sueli Sampaio Damin Custódio, professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), abordou o papel da academia no desenvolvimento de tecnologias para a BIDS. Ela explicou como as instituições acadêmicas podem contribuir para o avanço dos projetos, com ênfase na importância da normatização e na avaliação estatística para aprimorar os processos de inovação. Sueli ressaltou a necessidade de uma maior integração entre a academia e o setor industrial para melhorar a competitividade e o impacto dos projetos de defesa.
Gulce Yigit, Diretora Industrial da AEQ Aliança Eletroquímica Ltda., compartilhou sua experiência no setor no âmbito internacional para as BIDS. Ela destacou a boa reputação do Brasil como fornecedor de defesa devido à sua neutralidade geopolítica, mas apontou que a burocracia no processo de exportação, especialmente no que se refere ao regime de drawback (regime aduaneiro especial utilizado no comércio internacional), representa um obstáculo. Gulce sugeriu a ampliação do prazo de dois anos para projetos de defesa, que muitas vezes exigem prazos mais longos para serem concluídos com sucesso.
Ao final, a moderação de Heloisa Regina Guimarães de Menezes permitiu que as painelistas refletissem sobre a importância de ações integradas entre o governo, a indústria, a academia e as forças de segurança para o avanço da Base Industrial de Defesa e Segurança do Brasil. O evento destacou o papel crescente das mulheres nas esferas decisórias, refletindo a diversidade de perspectivas necessárias para o enfrentamento dos desafios e a exploração das oportunidades do setor.
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