ABIMDE
A EDS apresentou (Roll Out) o KC390 na unidade de Gavião Peixoto, no último dia 21 de outubro corrente. Acompanhe com INFODEFENSA.COM a entrevista coletiva realizada ao final do evento, um dia especial para a Família Embraer e para o Brasil.
Segunda parte da entrevista:
Cada lançamento de novo produto ou família de aeronaves significa um novo salto nos negócios da Embraer. Isso ocorreu com os ERJ e, posteriormente, com os E-Jet. O KC-390 pode significar uma nova “virada” da Embraer? E sobre a cadência da linha de produção, quantas aeronaves poderão ser produzidas por ano no cenário ideal, e quanto tempo cada avião leva para ficar pronto?
Schneider: Começando pela segunda pergunta, não divulgamos esse tipo de informação sobre capacidade produtiva, pois são temas que dizem respeito a capacidade da EDS em competir no mercado. Naturalmente, tratamos essa questão com bastante sigilo. Em relação a primeira pergunta, acreditamos no sucesso do KC-390, será um produto vitorioso, trará receitas, mas precisamos identificar bem os momentos da companhia. Quando a Embraer era pequena, essas mudanças, quando ocorreram, foram verdadeiros “saltos”. Hoje, a EDS já é uma empresa de um determinado porte, e para produzir outro “salto” fica um pouco mais difícil. O KC-390 vai agregar valor, vai adicionar a possibilidade de uma grande receita no médio prazo, mas esse salto, quando ocorrer, será feito como resultado de uma grande soma de esforços do qual o programa faz parte.
O KC-390 poderá concorrer com as aeronaves civis de carga, em sua maioria aviões comerciais convertidos?
Gastão: O KC-390 tem perspectivas amplas de mercado, e consideramos a opção de uma versão civil, mas é necessário esclarecer alguns pontos. O avião da Embraer poderá atender nichos específicos de transporte de cargas civis especializadas como na indústria de óleo e gás, mineração, logística pesada com alta concentração de peso específico, etc. No entanto, não vemos o KC-390 como competidor de aeronaves comerciais retiradas de linha e convertidas em cargueiros dotados de portas laterais, resultando numa solução de preço bem atraente para empresas de entregas expressas e para as operadoras de cargas mais comuns, que trabalham com baixo volume e peso concentrados. Ademais, estamos nesse momento focados em entregar o avião tal como contratado pela Força Aérea Brasileira.
Com relação aos sistemas de auto-proteção do KC-390, qual é o fabricante? Todos observaram o grande tamanho da da porta rampa de carga. El apresenta alguma vantagem em relação a dos concorrentes?
Gastão: O fornecedor do Self Protection System é a AEL Sistemas, do Grupo Elbit, de origem israelense, e com produção no Brasil. Com relação a rampa, realmente é um diferencial do KC-390, a rampa de carga é bastante longa, tem cerca de 5,80 metros de comprimento, o que permite acomodar dois pallets militares padrão na área da rampa, e oferece enorme vantagem na hora de descarregar ou carregar veículos longos ou com grande distância entre eixos, pois a rampa tem ângulos menores de subida e descida, facilitando o trabalho de manejo da carga. Adicionalmente, existe guincho elétrico que corre em trilho instalado no teto da cabine de carga.
O KC-390 tem um forte apelo multimissão. A EDS já vislumbra novas missões além daquelas que envolvam transporte de cargas e tropas ou reabastecimento em voousca e resgate?
Schneider: O projeto do KC-390 é inovador exatamente por permitir rápidas mudanças de configuração do avião mediante o emprego de kits capazes de serem colocados ou retirados no próprio hangar do operador. Isso se traduz em versatilidade de emprego e economia de recursos, o operador só precisará de uma plataforma comum e poderá contar com um transporte de cargas eou tropas, um avião de combate a incêndios, uma aeronave de busca e resgate, e mesmo outras missões como infiltraçãoexfiltração de Forças de Operações Especiais. Versões dedicadas, que envolvam novos desenvolvimentos de engenharia também poderão surgir, isso vai depender apenas do que o cliente deseja fazer com a aeronave. A célula básica é extremamente robusta para receber novos implementos. No entanto, , o foco da EDS no momento está em concluir com sucesso a etapa de ensaios em voo, obtendo assim a as certificações do tipo, e colocar o avião em serviço dentro dos prazos e com as capacidades estipuladas em contrato.
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