ABIMDE
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, quarta-feira (19), em Brasília, a 23ª reunião do Conselho Temático da Indústria de Defesa e Segurança (Condefesa). O encontro reuniu representantes do setor privado, do governo e das Forças Armadas para debater os desafios e oportunidades da indústria de defesa. A Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) foi representada por seu Presidente-Executivo, Tenente-Brigadeiro R1 José Augusto Crepaldi Affonso.
Entre os temas abordados, destacaram-se a necessidade de fortalecer a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS), a adoção de novas tecnologias e a busca por maior autonomia nacional no setor. No encontro, o presidente do Condefesa, vice-presidente da CNI e presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mário Aguiar, destacou a relevância da indústria de defesa para o país. “Estamos aqui para garantir a soberania nacional e colocar o Brasil em uma posição estratégica no mundo”, afirmou.
Já o Presidente-Executivo da ABIMDE, TB Crepaldi, ressaltou as principais preocupações para o futuro da BIDS. Entre os principais desafios, o oficial-general apontou a falta de investimentos, que afeta diretamente a geração de empregos qualificados e desestimula jovens talentos a seguirem carreiras na indústria de defesa. Além disso, alertou para a instabilidade orçamentária e a prática recorrente de buscar fornecedores estrangeiros com menor custo, o que compromete a modernização da indústria nacional e a continuidade da produção no longo prazo.
Outro ponto levantado foi a vulnerabilidade dos médios e pequenos fornecedores do setor, que operam com margens reduzidas e são altamente suscetíveis a oscilações de demanda e cortes orçamentários. Segundo o Presidente-Executivo, sem medidas estruturantes, a BIDS pode enfrentar um ciclo de perda de capacidade produtiva e tecnológica, prejudicando a soberania e a segurança nacional.
Entre as prioridades para o triênio 2025-2027, a ABIMDE pretende estreitar a relação com as Forças Armadas e de Segurança, participar ativamente dos estudos de viabilidade para aquisições públicas e assessorar o Ministério da Defesa na formulação de diretrizes estratégicas.
A ABIMDE também buscará ampliar a presença das empresas associadas em eventos internacionais, consolidar parcerias globais e acompanhar de perto pautas como a Reforma Tributária e a liberação de recursos para a indústria de defesa dentro do Programa Nova Indústria Brasil.
A reunião também abordou o papel das novas tecnologias no setor, incluindo o uso da inteligência artificial para monitoramento e vigilância, além da necessidade de reduzir a dependência externa e atrair mais investimentos. O encontro seguiu alinhado às diretrizes da Missão 6 do Programa Nova Indústria Brasil (NIB), que busca impulsionar setores estratégicos como satélites, radares e veículos lançadores, aumentando o potencial de exportação e geração de empregos de alta qualificação no país.
Com atuação de legítima representante da BIDS, a ABIMDE continuará a trabalhar para que a indústria nacional de defesa se fortaleça, garantindo inovação, autonomia e competitividade no cenário internacional.
Foto: Gilberto Sousa, Agência de Notícias da Indústria
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